sexta-feira, 14 de abril de 2006

voltar é estranho...
voltar é não ser mais igual, é não ter o mesmo sabor...
arrepiar-me é entornar o café e ficar a divagar...
ouvir essas vozes familiares é ter cada vez mais vontade de
fugir dali e encontrar outro espaço.
regressar é descansar como de uma viagem que não se quis fazer
regressar é querer e ter de voltar

é como voltar ao local que nunca se conheceu realmente
e reencontar quem nunca se conheceu...

a comida daqui não tem sabor,as paredes são indistintas
as imagens repetem-se como da ultima vez,
mas não como da primeira vez...
quão possível é descobrir
o ponto onde dois pontos distantes se reencontram?
dois pontos desencontrados, distintos , isolados

o que é que me doi mais agora? A partida ou o regresso?
é esta mais uma oportunidade de crescer
ou apenas mais uma volta descabida de sentido?

um toque suave
cabelo de pano
um plano plano
na voz de soprano

é estranho, é fácil, é...

voltar de novo para o que já não se reconhece
nada disto será igual
um rapido regresso
um regresso intencional
de um modo ocasional

para longe, para perto
de quem me estende a palma da mão
um olhar de soslaio
um canto ao revés
a dois passos diante dos meus pés

a dois passos diante dos meus pés...

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